Força
de Atrito na região estática
Relatório Nº 2
2. Objetivos
Os objetivos buscados no experimento
realizado foram:
-Calcular o coeficiente de atrito
estático máxima entre duas superfícies.
-Verificar a dependência entre o
coeficiente de atrito estático com a rugosidade.
-Verificar se a área da superfície do
bloco influencia no coeficiente de atrito.
3. Introdução Teórica
O
atrito é um fenômeno complexo, não totalmente compreendido, que surge da
atração entre as moléculas de duas superfícies em contato. A natureza desta
atração é eletromagnética – a mesma da ligação molecular que mantém um objeto
coeso. Esta força atrativa de curto alcance se torna insignificante após apenas
alguns diâmetros moleculares.
Forças
de atrito são uma parte necessária de nossas vidas. Sem o atrito nosso sistema
de transporte terrestre, desde o caminhar até os automóveis, não poderia
funcionar. O atrito permite que você comece a caminhar e, uma vez já em
movimento, o atrito permite que você altere tanto sua rapidez quanto sua
orientação.
Há
três tipos de atrito: cinético, de rolamento e estático. O primeiro é a força
de atrito existente quando há movimento, igual em magnitude e oposta em
sentido. O segundo, é a força de atrito que se opõe ao rolamento de um pneu em
uma estrada, por exemplo, sendo, assim como no cinético, igual em magnitude e
oposta em sentido do pneu. E, a última, que foi a estudada na experiência, é a
força de atrito que atua quando não há deslizamento entre duas superfícies de
contato – é, por exemplo, a força que impede que uma caixa, em repouso sobre
uma mesa, escorregue. A força de atrito estático varia em magnitude de zero até
um valor máximo (Fe máximo)
dependendo da força aplicada sobre o objeto à que ela se opõe.
Dados
mostram que o valor máximo (Fe
máximo) é proporcional à intensidade das forças que pressionam as duas
superfícies uma contra a outra. Isto é, Fe
máximo é proporcional à magnitude da força normal exercida por uma superfície
sobre a outra:
Fe =
μe . N
Onde a constante de proporcionalidade μe é o
coeficiente de atrito estático. Este coeficiente depende dos materiais de que
são feitas as superfícies em contato e das temperaturas das superfícies.
4. Materiais
utilizados e Procedimento experimental
Neste experimento os materiais utilizados
foram:
·
Um
bloco de madeira, no qual um lado era emborrachado
·
Um
bloco de madeira para nivelarmos, e deixar o dinamômetro paralelo com a
superfície.
·
Dinamômetro
de 2N e outro de 5N.
·
Mesa
para servir como superfície de atrito.
·
Balança
digital
Imagem
1 – Bloco de madeira e dinamômetro na realização do experimento
Dividimos a realização do experimento
em 3 etapas, a primeira etapa foi usando a parte horizontal lisa do bloco de
madeira; foi calculado, usando o dinamômetro, a maior força de atrito estática,
sendo anotado, então, 15 valores. Na segunda e na terceira etapas foram
realizados os mesmos procedimentos, porém com o bloco na vertical lisa e a
parte horizontal emborrachada, respectivamente. A massa do bloco foi calculada
na balança digital, cujo valor deu 277,33 g. Todos os valores obtidos, serão
mostrados em tabela, mais adiante.
5. Resultados
Após
as medidas realizadas em laboratório, podemos obter as seguintes tabelas:
|
Bloco na horizontal liso
|
||
|
N
|
Fat (N)
|
Erro ± (N)
|
|
0,1
|
0,00002
|
|
|
0,2
|
0,00002
|
|
|
0,3
|
0,00002
|
|
|
0,4
|
0,00002
|
|
|
0,5
|
0,00002
|
|
|
1
|
0,64
|
0,00002
|
|
2
|
0,72
|
0,00002
|
|
3
|
0,66
|
0,00002
|
|
4
|
0,6
|
0,00002
|
|
5
|
0,58
|
0,00002
|
|
6
|
0,66
|
0,00002
|
|
7
|
0,76
|
0,00002
|
|
8
|
0,62
|
0,00002
|
|
9
|
0,68
|
0,00002
|
|
10
|
0,58
|
0,00002
|
|
11
|
0,72
|
0,00002
|
|
12
|
0,72
|
0,00002
|
|
13
|
0,62
|
0,00002
|
|
14
|
0,6
|
0,00002
|
|
15
|
0,58
|
0,00002
|
Tabela 1
De
vermelho está representado o valor da força de atrito, no qual o bloco ainda
permanecia em repouso, os demais valores são os da força de atrito estático
máxima, onde o valor máximo obtido foi de 0,72 e a mínima, 0,58. Portanto o
valor final da força de atrito é 0,65 ± 0,07 N.
|
Bloco na vertical liso
|
||
|
N
|
Fat (N)
|
Erro ± (N)
|
|
|
0,1
|
0,00002
|
|
|
0,2
|
0,00002
|
|
|
0,3
|
0,00002
|
|
|
0,4
|
0,00002
|
|
|
0,5
|
0,00002
|
|
1
|
0,62
|
0,00002
|
|
2
|
0,52
|
0,00002
|
|
3
|
0,56
|
0,00002
|
|
4
|
0,52
|
0,00002
|
|
5
|
0,7
|
0,00002
|
|
6
|
0,62
|
0,00002
|
|
7
|
0,66
|
0,00002
|
|
8
|
0,72
|
0,00002
|
|
9
|
0,72
|
0,00002
|
|
10
|
0,62
|
0,00002
|
|
11
|
0,7
|
0,00002
|
|
12
|
0,62
|
0,00002
|
|
13
|
0,6
|
0,00002
|
|
14
|
0,6
|
0,00002
|
|
15
|
0,6
|
0,00002
|
Tabela 2
Semelhante
à Tabela 1, a Tabela 2 possui os mesmos valores em vermelho, no qual significa
que os valores para a força de atrito, quando o bloco continuava em repouso,
são os mesmos. O valor mínimo encontrado para o valor da força de atrito
estático máxima foi de 0,52, e a máxima de 0,72, portanto o valor final é de 0,62
± 0,10 N.
|
Bloco na horizontal emborrachado
|
||
|
N
|
Fat (N)
|
Erro ± (N)
|
|
|
0,1
|
0,00002
|
|
|
0,2
|
0,00002
|
|
|
...
|
0,00002
|
|
|
1,1
|
0,00002
|
|
|
1,2
|
0,00002
|
|
1
|
1,32
|
0,00002
|
|
2
|
1,5
|
0,00002
|
|
3
|
1,44
|
0,00002
|
|
4
|
1,46
|
0,00002
|
|
5
|
1,32
|
0,00002
|
|
6
|
1,5
|
0,00002
|
|
7
|
1,34
|
0,00002
|
|
8
|
1,24
|
0,00002
|
|
9
|
1,26
|
0,00002
|
|
10
|
1,3
|
0,00002
|
|
11
|
1,34
|
0,00002
|
|
12
|
1,38
|
0,00002
|
|
13
|
1,34
|
0,00002
|
|
14
|
1,5
|
0,00002
|
|
15
|
1,3
|
0,00002
|
Tabela 3
Pode-se notar que nos valores em
vermelho (a força de atrito a qual o bloco não se move) houveram um grande
aumento, pois diferentemente das tabelas anteriores, essa superfície é
revestida de borracha, um material que possui coeficiente de atrito
relativamente alto, quando comparado com a madeira. O valor máximo encontrado
foi de 1,50 e o valor mínimo foi de 1,24, portanto o valor final da força de
atrito máxima é de 1,37 ± 0,13 N.
Demonstradas
as tabelas, e os valores da força de atrito máxima, podemos calcular o
coeficiente de atrito estático (μ).
Primeiramente, foi feito o cálculo para o peso do bloco de madeira:
N=P=mg
P=9,78*0,27733 = 2,71228 N ± 0,00001N
Para
o cálculo do erro Δμ (erro do coeficiente de atrito) usamos a fórmula
Δμ=ΔFat/N + Fat * ΔN/N²
Onde Fat indica a força de atrito estática máxima, N
indica a normal (de mesma intensidade que a força peso) e o ΔN indica o erro da
normal. Os valores obtidos foi realizado com ajuda do software Microsoft Office Excel e estão inseridos
na tabela 4:
|
|
Fat (N)
|
Erro (±)
|
μ
|
Δμ (±)
|
|
Horizontal liso
|
0,65
|
0,07
|
0,24
|
0,03
|
|
Vertical liso
|
0,62
|
0,10
|
0,23
|
0,04
|
|
Horizontal emborrachado
|
1,37
|
0,13
|
0,51
|
0,05
|
Tabela 4, Força de
atrito máximo, coeficiente de atrito e seus respectivos erros
Com isso, obtivemos o seguinte gráfico:
Gráfico 1, onde no eixo x, 1, 2 e 3,
representa o bloco horizontal liso, bloco vertical liso e bloco horizontal
emborrachado e o y os valores para o coeficiente de atrito
6. Análise e conclusões
Realizado o experimento, notamos que a força atrito
estático máxima (cuja equação é Fat = μe . N) é diretamente proporcional à
força normal (que em módulo é igual a força peso), ou seja, quanto maior for a
massa do corpo, maior será a força necessária para que este se movimente.
Ao observarmos os dados tabelados, verificamos que o
bloco horizontal emborrachado (3), tem uma grande discrepância em relação aos
outros dois modos realizados. O coeficiente deste foi bem elevado, o que leva a
concluir que o material (borracha) possui uma natureza onde os coeficientes
deles são altos em relação à madeira.
Podemos observar também, que no gráfico 1, o coeficiente
de atrito estático, tanto no bloco horizontal liso (1), quanto no bloco na
vertical liso (2), considerando os erros das devidas medidas, possuem o mesmo
valor. Portanto, isto verifica que o coeficiente de atrito não depende da área
macroscópica do material.
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