Lei
de Hooke
Relatório Nº 1
2. Objetivos
Os principais objetivos buscados neste experimento foram:
-
Observar se as molas estão de acordo com as leis de Hooke.
-
Verificar se a mola satisfaz experimentalmente e matematicamente a constante
elástica da mola.
-
Demonstrar o conceito da propagação de erros nos cálculos envolvidos, afim de
aproximar o resultado da realidade.
-
Determinar a Constante Elástica da mola utilizada no experimento.
-
Fazer uso de Softwares para cálculos físicos e matemáticos.
3. Introdução Teórica
Em 1660, o físico Robert Hooke, apenas observando o
comportamento das molas, visualizou que quanto maior fosse o peso de um corpo
suspenso a uma das extremidades da mola, maior seria a deformação (aumento de
comprimento) sofrida pela mola. Outro exemplo de deformação, seria uma
borracha, que sendo pressionada pelos dedos também sofreria o mesmo tipo de
deformação e depois voltaria ao seu estado inicial. Após analisar outros
diversos sistemas elásticos, e verificar a proporcionalidade entre força
deformante e deformação elástica produzida, pôde então enunciar seus resultados
sob uma lei geral, conhecida como lei de Hooke, publicada em 1976:
“As forças deformantes são proporcionais
às deformações elásticas produzidas.”
Ou seja, Hooke, em sua lei, relacionou a força elástica (
), força aplicada na mola, e
a deformação da mesma. A implicação matemática desta fórmula se dá pela
seguinte equação:
Onde k é uma constante positiva, denominada Constante
Elástica da mola, que no Sistema Internacional (S.I.) tem sua unidade de medida
em N/m (Newton por metro), ou seja, representa a rigidez da mola. Quanto maior
o for a Constante elástica, maior será sua dureza. O
x representa a deformação
que a mola sofreu após ser aplicado uma força. Para calcular esta deformação,
medimos a mola antes de ser aplicada a força deformadora, e após a aplicação da
mesma. A diferença do comprimento final da mola, com o comprimento inicial é o
resultado da deformação.
O que se espera desta lei, é de que, aplicada diferentes
forças em uma mesma mola, irá alterar proporcionalmente a deformação desta. E
com os resultados das forças aplicadas, e também das deformações, podemos
calcular e concluir a veracidade da fórmula, onde todos os resultados obtidos
convergem a um único resultado da constante k.
Vale ressaltar também, que, o comportamento elástico dos
materiais seguem esta lei somente até determinado valor de uma força,
ultrapassado este valor, a relação de proporcionalidade deixa de ser definida.
Se esta força continuar a aumentar, o corpo deixa de ser elástico, ou seja,
perde sua elasticidade e a deformação passa a ser permanente.
4. Materiais
utilizados e Procedimento experimental
Foram utilizados no experimento, os seguintes
equipamentos:
·
1 mola
·
Suporte vertical para
mola
·
Peças com diferentes
pesos
·
Balança digital
·
Régua graduada
·
Gancho para colocação
dos pesos
Segue abaixo as figuras 01 e 02 com esboços dos
materiais do experimento:
Figura 01
1- Suporte universal
2- Régua milimétrica
3- Haste metálica
Figura 02 - Gancho com massas variadas
Primeiramente, foi medido o comprimento da mola
em seu estado natural presa no suporte universal, sem deformação, com o auxílio
da régua. Identificou-se a incerteza da escala graduada. Foram selecionadas dez
massas entre 10g e 140g. O intuito, é verificar com exatidão e garantir que com
as diversas massas obtidas, encontraríamos uma única constante k. Foi medido a
deformação e anotado na tabela, que será vista adiante. Para efetuar os
cálculos, a tabela de dados foi projetada no Software Microsoft Excel, e
então foi inserida as fórmulas das equações nas respectivas células, assim como
as equações diferenciais, para encontrar o desvio padrão das medidas, afim do
programa efetuar os cálculos.
5. Resultados
A primeira medida obtida foi a medida da mola,
cujo valor foi de 11,35 ± 0,05 cm. Na tabela 1, estão presente
as medidas realizadas no Laboratório de Física A, das massas dos objetos
utilizados e as respectivas deformações sofridas pela mola, ambos os dados com
sua taxa de erro e com suas devidas unidades.
Tabela Massa x Deformação
|
||||
Nº
|
Massa (g)
|
Erro ± (g)
|
Deformação (cm)
|
Erro ± (cm)
|
1
|
138,19
|
0,01
|
17,3
|
0,1
|
2
|
50,51
|
0,01
|
6,2
|
0,1
|
3
|
14,06
|
0,01
|
1,7
|
0,1
|
4
|
60,47
|
0,01
|
7,1
|
0,1
|
5
|
92,05
|
0,01
|
11,2
|
0,1
|
6
|
25,00
|
0,01
|
3,0
|
0,1
|
7
|
40,48
|
0,01
|
4,6
|
0,1
|
8
|
72,17
|
0,01
|
8,7
|
0,1
|
9
|
82,11
|
0,01
|
9,9
|
0,1
|
10
|
107,46
|
0,01
|
13,1
|
0,1
|
Tabela 1 – Resultados das massas, das
deformações e seus respectivos erros
Na tabela 2, fizemos o cálculo da força peso,
sendo:
F = P =
m.g
Utilizando 9,78 m/s² como a força gravitacional
de Lavras, calculamos a força peso, que é aplicada sobre a mola e fizemos o
cálculo da Constante Elástica (K), utilizando a fórmula:
Ambas as unidades foram convertidas pelo padrão
do Sistema Internacional de Unidade, no momento do cálculo. Prosseguindo,
realizamos o cálculo do desvio da Constante Elástica, com o uso da fórmula
derivada:
Tendo que Δ corresponde ao erro de determinada medida, temos que a primeira parcela
(ΔF/x) indica o erro se referindo à balança, e a
segunda parcela (FΔx/x²) indica o erro se referindo à régua. A seguir é
verificado tais dados em tabela.
Lei de Hooke
|
||||||||
N
|
Força (N)
|
Erro ± (N)
|
X (cm)
|
Erro ± (cm)
|
K (N/m)
|
Erro ± (N/m)
|
Erro régua
|
Erro Balança
|
1
|
1,3515
|
0,0001
|
17,3
|
0,1
|
7,81
|
0,05
|
0,05
|
0,0006
|
2
|
0,4940
|
0,0001
|
6,2
|
0,1
|
8,0
|
0,1
|
0,1
|
0,002
|
3
|
0,1375
|
0,0001
|
1,7
|
0,1
|
8,1
|
0,5
|
0,5
|
0,006
|
4
|
0,5914
|
0,0001
|
7,1
|
0,1
|
8,3
|
0,1
|
0,1
|
0,001
|
5
|
0,9002
|
0,0001
|
11,2
|
0,1
|
8,04
|
0,07
|
0,07
|
0,0009
|
6
|
0,2445
|
0,0001
|
3,0
|
0,1
|
8,2
|
0,3
|
0,3
|
0,003
|
7
|
0,3959
|
0,0001
|
4,6
|
0,1
|
8,6
|
0,2
|
0,2
|
0,002
|
8
|
0,7058
|
0,0001
|
8,7
|
0,1
|
8,11
|
0,09
|
0,09
|
0,001
|
9
|
0,8030
|
0,0001
|
9,9
|
0,1
|
8,11
|
0,08
|
0,08
|
0,001
|
10
|
1,0510
|
0,0001
|
13,1
|
0,1
|
8,02
|
0,06
|
0,06
|
0,0007
|
Tabela
2 – Cálculos da Força aplicada, Constante Elástica (k) e seus respectivos erros
No Gráfico 1, com o auxílio do Software Microsoft Excel, fizemos o
gráfico da Constante Elástica. Neste gráfico, considerando os erros calculados
para a constante, podemos notar um comportamento linear na mesma, ou seja, elas
possuem o mesmo valor.
Gráfico 1 - Gráfico da Constante
Elástica e seus respectivos erros
6. Análise e conclusões
Após a realização do experimento, observamos que
os erros mais relevantes, provém da régua, e não da balança. Ou seja, corpos
que fugiram do padrão, como exemplo do número 7(observada no gráfico 1), onde
houve um grande desvio em relação a média das outras constantes, pode ter
ocorrido devido à falhas e imperfeições
do próprio grupo que realizou o experimento.
Porém, podemos denotar que quando foram
selecionadas massas muito pequenas, o erro destas serão muito grandes (como é o
casa do elemento 3, visto no gráfico 1) e quando as massas são maiores ( por
exemplo o elemento 1 e 10) os erros são muito pequenos. Concluímos então, que
para uma experiência, com maior grau de precisão, devemos evitar massas
pequenas, e ao invés destas, usar massas grandes.
No mais, esse experimento verificou-se que as
molas atendem as tendências da Lei de Hooke, pois observamos a linearidade em
seu comportamento, ou seja, quanto maior a força aplicada, maior será a
deformação sofrida. Isto mostra que toda mola possui uma característica própria
que é sua constante elástica.
7. Bibliografia
[1] Wolfgang
Bauer, Gary D. Westfall, Helio Dias, Física para Universitários - Mecânica,
McGraw Hill Brasil, 201
[2] Souza,
João Lemos Antônio. Determinação da Constante Elástica de arranjos de molas em
série e em paralelo (Equilíbrio). São João Del Rei, 2010.
[3]
Emetério, Dirceu; Alves, Mauro Rodrigues. Prática de Física para engenharias.
Editora Átomo. Campinas – SP,2008.
[4]
Halliday, D.; Resnick, R.; Walker, J. Fundamentos da Física Vol:1 Mecânica 7
Ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2006
[5]
Ference. M. JR., (Goldemberg, J.) et al, Curso de Física de Berkeley Volume 1
Mecânica, ed. MEC, 1973
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